Macau Cultural

TEXTO _Musi

FOTOGRAFIAS _Erik U、Balaam Nagata、Teddy Choi

ILUSTRADORA _Moto & Tak Tak

 

Sempre que se fala de Macau, a expressão “convergência das culturas chinesa e ocidental” vem à mente. Como este ano marca o 20.º aniversário da inscrição do “Centro Histórico de Macau” na Lista do Património Mundial, bem como a designação de Macau como “Cidade Cultural da Ásia Oriental 2025”, a presente edição de Os Livros e a Cidade irá centrar-se no encanto humanístico cultural desta terra abençoada, incluindo a apresentação da Ópera Cantonense e do Teatro em Patuá, ambos inscritos no Inventário do Património Cultural Intangível, levando os leitores a vivenciar os hábitos e costumes da convergência das diversas culturas de Macau. Simultaneamente, exploraremos em profundidade as histórias por trás da arquitectura da cidade, compreendendo o papel importante que esta pequena cidade desempenha na transmissão de civilização.

Para transmitir de forma mais vívida a memória de Macau, a secção “Recurso” desta edição utilizará livros como ponte, através de dois livros Património Cultural Intangível de Macau e O Lugar onde o Património Mundial Brilha – Fotografias do Centro Histórico de Macau, combinando entrevistas com especialistas, informações sobre património cultural e recomendações de actividades artísticas, levando o leitor a interpretar os genes únicos da cultura de Macau e a explorar, em conjunto, o núcleo espiritual mais cativante desta cidade.

 

Construir uma ponte cultural entre o património intangível e o público

 

 

Sabe quantas manifestações de património cultural intangível existem em Macau? O livro Património Cultural Intangível de Macau apresenta de forma vívida as 70 manifestações do património cultural intangível, abrangendo expressões artísticas e manifestações de carácter performativo, práticas sociais e religiosas, rituais e eventos festivos, bem como competências no âmbito das práticas e técnicas artesanais e tradicionais. Leong In Fan, membro da equipa de criação do livro e funcionária da Divisão de Estudos e Projectos do Departamento do Património Cultural do Instituto Cultural, afirma: “O património cultural intangível faz parte da vida.” Para divulgar o conhecimento sobre o património cultural intangível e aproximá-lo dos jovens, o livro utiliza ilustrações vivas e coloridas, acompanhadas de texto, em chinês e português, de fácil compreensão, permitindo que os leitores entendam facilmente os costumes e a cultura tradicionais de Macau, reforçando assim o orgulho e o sentimento de pertença à cultura local.

Ao folhear as páginas do livro, a dedicação da equipa de criação é evidente. Para tornar o conteúdo intangível do património cultural intangível mais visível, cada imagem incorpora múltiplos elementos. Por exemplo, na secção “Crença e Costumes de Chu Tai Sin”, estão representados tanto os monges a recitar orações como os pescadores a prestar culto e a alimentar os espíritos (oferecer sacrifícios aos espíritos para pedir paz); os detalhes são ainda mais surpreendentes, como na parte “Canções Narrativas de Naamyam”, em que, tendo como pano de fundo uma antiga casa de chá, os elementos como gaiolas de pássaros, caixilhos de janelas verdes e carrinhos de dim sum recriam, de forma vívida, as cenas da vida tradicional, ressoando emocionalmente com os leitores. As personagens de três gerações diferentes participam nas práticas do “património cultural intangível”, transmitindo a ideia de que todos podem participar e contribuir, em conjunto, para a sua preservação.

Além disso, as palavras do livro também merecem ser apreciadas. O texto é rico em palavras preciosas, e a apresentação de cada manifestação do património cultural intangível com mais de cem palavras, abrange informações sobre a origem, a forma de expressão, os grupos e o objectivo da transmissão. Embora o Cheng Ming (Dia de Finados) lembre as pessoas das emoções tristes durante o culto dos antepassados, a equipa mudou a perspectiva e opta por uma abordagem poética ao descrever este dia como um dos 24 momentos solares com belas palavras: “Cheng Ming significa céu claro e bom tempo, sem nevoeiro, geada ou neve. O inverno despediu-se, mas o verão ainda não despertou.” Isto não só alivia a atmosfera pesada, como também revela o significado profundo do património cultural intangível.

Para além da publicação do livro, o Chefe Funcional do Museu de Macau do Instituto Cultural, Tou Chi Hou, também partilhou as várias actividades de promoção do património cultural intangível. O Museu de Macau realiza, segundo uma periodicidade irregular, exposições temáticas sobre património cultural intangível, como a que teve lugar em 2023, intitulada Uma Terra Abençoada – Crença e Costumes de Tou Tei em Macau, permitindo que os visitantes conheçam a cultura de Tou Tei de Macau através da visita à exposição. O projecto “Vivenciar o Património Cultural Intangível a Distância Zero” foi lançado em resposta à inclusão de 55 novas manifestações no “Inventário do Património Cultural Intangível” em 2020, oferecendo workshops mensais com temas variados. O workshop “Fabrico e Pintura de Azulejos Portugueses”, lançado em 2023, disponibilizou 40 vagas, mas atraiu mais de 600 inscrições, demonstrando a popularidade das actividades promocionais do património cultural intangível. Neste ano, Macau será a terceira paragem do evento “Cultura da Grande Baía – Brilhante PCI – Exposição do Património Cultural Intangível da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau 2025”, mostrando as raízes comuns da cultura da Grande Baía e o encanto cultural de Guangdong, Hong Kong e Macau.

 

Património Cultural Intangível de Macau

▸ Património Cultural Intangível de Macau

Autor:Instituto Cultural do Governo da RAEM

Editora:Instituto Cultural do Governo da RAEM

Data de Publicação:2022

Editor: Departamento do Património Cultural do Instituto Cultural do Governo da RAEM

 

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Experienciar o Encanto Artístico do Património Cultural Intangível Nacional

As artes performativas são uma importante categoria de património cultural intangível. Além do espectáculo vibrante da dança do dragão e dança do leão nas várias celebrações chinesas, Macau possui muitas outras artes performativas igualmente dignas de serem apreciadas!

A essência artística de Guangdong, Hong Kong e Macau: Ópera Cantonense

“Lua eclipsada por miríades de flores a cair…” A ópera cantonense, originária da região de Guangdong durante as dinastias Ming e Qing, combina elementos de literatura, teatro, belas-artes e artes marciais, sendo uma das artes performativas preferidas pelo povo da Grande Baía. Antigamente, o primeiro teatro chinês em Macau, o Teatro Cheng Peng, apresentava frequentemente ópera cantonense. Até hoje, as celebrações de aniversário de deuses em vários templos incluem também Ópera Cantonense para as Divindades.

Curiosidade: A Ópera Cantonense é frequentemente apresentada com instrumentos de percussão como o grande gongo  (Da Luo), o grande bo (Da Bo) e o grande tambor (Da Gu), razão pela qual é chamada de grande ópera.

 

O fruto da convivência de multicultura: Teatro em Patuá

O patuá é um sistema linguístico único criado pelos macaenses, tem o português como base, e incorpora elementos de várias línguas, como malaio, cantonense, inglês e espanhol. Este teatro, exclusivo de Macau, foca questões sociais e exprime ideias sob a forma de comédia. Já na primeira metade do século XX, houve registos escritos deste tipo de apresentações. Hoje em dia, o Teatro em Patuá tornou-se um elemento “habitual” no Festival de Artes de Macau.

Curiosidade: Os instrumentos de percussão da Ópera Cantonense produzem um som característico de “Cha-Dou-Cheng”, motivo pelo qual no Patuá, a Ópera Cantonense é chamada de Chapông-chipông.

 

Descobrir Actividades Artísticas em Macau:

2.º Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau (Julho a Agosto de 2025)
No Festival Internacional de Artes para Crianças deste ano, a Coreia do Sul apresenta o teatro multimédia Poli Pop, que leva o público a um mundo fantástico de luz e sombras; o teatro para pais e filhos do Interior da China, Um Dia de Astronauta, ensina ao público, de forma divertida e animada, conhecimentos sobre o espaço; a equipa de Macau apresenta as actuações artísticas Varinha Mágica Musical IV – A Luta Percussiva contra o Rei Touro e Sussurrando o Zodíaco: O Concerto Coral do Zodíaco Chinês, para promover a cultura chinesa.

Temporada de Concertos de 2024-25 da Orquestra Chinesa de Macau (Agosto de 2024 a Julho de 2025)
Nesta temporada, a Orquestra Chinesa de Macau não só apresenta o Concerto Duplo de Liuqin e Guitarra Portuguesa Rapsódia de Macau, que mostra a fusão de sonoridades chinesa e ocidental, como também lança o ciclo “Clássicos Eternos”, com dois concertos dedicados à Ópera Cantonense e ao Guqin, permitindo ao público apreciar a essência da cultura tradicional chinesa.

 

Descobrir a beleza do património mundial através dum álbum de fotografias - Entrevista ao fotógrafo de Macau, Chan Hin Io

 

O “Centro Histórico de Macau”, com os bairros antigos de Macau como núcleo, constrói uma cena da fusão entre a China e o Ocidente através de 22 edifícios e 8 praça e largos. O álbum O Lugar onde o Património Mundial Brilha –Fotografias do Centro Histórico de Macau reúne preciosas imagens do fotógrafo Chan Hin Io, abrangendo três eras da fotografia: filme, digital e aérea. A seguir, Chan Hin Io irá abrir-nos uma janela para observar a cidade.

Após 1992, Chan Hin Io, que frequentemente viajava de Zhongshan para Macau, ficou profundamente impressionado com o estilo artístico e a atmosfera religiosa dos edifícios históricos dos bairros antigos (na altura, o “Centro Histórico de Macau” ainda não tinha sido classificado como Património Mundial). Em 1999, mudou-se para Macau. Em 2004, durante o período do pedido de inscrição do “Centro Histórico de Macau” na Lista do Património Mundial, começou a sua “Viagem de Registo da Cidade”. Chan Hin Io afirma que, ao longo de mais de 30 anos, o centro da cidade não mudou muito, preservando as suas características culturais antigas. O seu amor pelo centro da cidade é evidente na sua primeira frase proferida durante a entrevista: “Sou muito feliz por viver no coração do Centro Histórico de Macau.” Isto revela uma profunda sensação de orgulho cultural.

A criação fotográfica de Chan Hin Io reflecte o seu espírito artesanal. Ao folhear o álbum de fotografias, frequentemente descobrimos novas perspectivas sobre as atracções turísticas da cidade. Entre as muitos atracções do centro da cidade, Chan Hin Io tem uma particular preferência pelas Ruínas de S. Paulo; embora já tenha fotografado este local inúmeras vezes, continua a expressar: “Cada visita às Ruínas de S. Paulo traz uma sensação diferente e consigo descobrir diversas perspectivas.” A sua obra fotográfica Pomba em bronze no frontão das Ruínas de S. Paulo, símbolo do Espírito Santo foca-se na parte superior das Ruínas, quebrando as concepções habituais dos leitores sobre as Ruínas com uma visão microscópica; A Vista do Templo de Na Tcha e das traseiras das Ruínas de S. Paulo, através da coexistência dos dois edifícios, constrói um espaço visual de diálogo entre as crenças chinesas e ocidentais.

“Independentemente do momento, a relação entre as pessoas e a arquitectura é sempre muito importante.” Um dos destaques do livro são as imagens de festividades e cerimónias religiosas em Macau, e Chan Hin Io ficou profundamente impressionado com a filmagem da “Procissão de Nossa Senhora de Fátima”. “A imagem de Nossa Senhora de Fátima foi levada para a Ermida de N.ª Sr.ª da Penha, e as freiras e fiéis presentes enpunharam velas e cantaram, o que foi muito tocante.” Além do capítulo sobre a “Igreja de S. Domingos”, as fotografias Pe. José Kao a rezar e Shen Gong Xi, representação de ópera cantonense em louvor a Tin Hau, por ocasião das festas a esta deusa protetora dos mareantes também reflectem a importância do ser humano, pois é este que confere vitalidade contínua às imagens e à arquitectura.

 

《三角楣上代表聖神的白鴿》(陳顯耀攝)
Pomba em bronze no frontão das Ruínas de S. Paulo, símbolo do Espírito Santo (Fotografia de Chan Hin Io)

 

Vista do Templo de Na Tcha e das traseiras das Ruínas de S. Paulo (Fotografia de Chan Hin Io)
Vista do Templo de Na Tcha e das traseiras das Ruínas de S. Paulo (Fotografia de Chan Hin Io)

 

O Lugar onde o Património Mundial Brilha – Fotografias do Centro Histórico de Macau

▸ O Lugar onde o Património Mundial Brilha – Fotografias do Centro Histórico de Macau

Autor:Chan Hin Io

Editora:Instituto Cultural do Governo da RAEM

Data de Publicação:2016

Explorar as histórias por trás do património mundial

O “Centro Histórico de Macau” preserva a estrutura da cidade portuária comercial mais antiga da Ásia. Através dele, podemos ver as relações estreitas de Macau com o Interior da China, a Coreia e o Japão. Agora, vamos juntos desvendar as histórias escondidas por trás dos edifícios do Património Mundial!

 

Pergunta: Onde nasceu a importante obra da China moderna Shengshi Weiyan (Advertências em Tempos de Prosperidade)?

Resposta: Na Casa do Mandarim. A Casa do Mandarim está intimamente ligada à modernização da China. Antigamente, o famoso pensador chinês Zheng Guanying vivia nesta casa e escreveu a sua importante obra Shengshi Weiyan. Este livro propõe aprender com o Ocidente e seguir o caminho da reforma e do auto-aperfeiçoamento, tendo um profundo impacto em figuras como Kang Youwei, Liang Qichao e Sun Yat-Sen, impulsionando o processo de modernização da China.

 

Pergunta: Qual a instituição em que os missionários japoneses estudaram em Macau?

Resposta: O Colégio de São Paulo. As Ruínas de S. Paulo são o local da fachada da igreja que era parte do Colégio de São Paulo. Este colégio foi a primeira universidade de estilo ocidental na região do Extremo Oriente. No início do século XVII, o fundador do colégio, Alessandro Valignano, partilhou numa carta, enviada ao Superior Geral da Companhia de Jesus, que o Colégio de São Paulo, por conseguir formar numerosos teólogos, era visto como o único salvador da Vice-Província do Japão (estrutura organizacional da Companhia de Jesus, o Japão só foi oficialmente elevado a Província em 1611).

 

Pergunta: De quem é a estátua coreana que se pode encontrar na Igreja do Santo António?

Resposta: Kim Taegon. A Igreja do Santo António, construída no século XVI, é considerada uma das três mais antigas igrejas de Macau. Nesta igreja podemos encontrar a estátua de Kim Taegon, o primeiro sacerdote coreano. Em 1836, Kim Taegon veio a Macau para estudar teologia. Em 1845, foi ordenado sacerdote em Xangai (uma cerimónia religiosa na qual Kim Taegon recebeu a bênção para se tornar sacerdote) e, voltou à Coreia, como sacerdote, para iniciar o seu trabalho missionário.

 

Descobrir Actividades Artísticas em Macau:

 

Desfile Internacional de Macau 2025 (Março de 2025)
O desfile, que tem como núcleo o Centro Histórico de Macau, contou com a participação, para além de 60 equipas artísticas locais, de 23 equipas artísticas de 15 países e regiões, incluindo grupos artísticos de Huzhou, da China, Kamakura, do Japão, e Anseong, da Coreia do Sul, essas cidades também seleccionadas como “Cidades Culturais da Ásia Oriental” 2025. Os países da Ásia Oriental demonstraram, em conjunto, o espírito de “Simbiose, Inovação e Harmonia”.

Concertos 2024-25 da Orquestra de Macau (Agosto de 2024 a Julho de 2025)
Nesta temporada, a Orquestra não só realiza uma série de concertos “Melodias Inesquecíveis” nas Ruínas de S. Paulo, como também lança uma série de concertos Uma Noite Magnífica em São Domingos, onde interpreta obras clássicas de compositores famosos como Brahms, Dvořák e Mozart, na Igreja de S. Domingos, de modo a permitir que o público desfrute do encanto da música num edifício histórico.

Aprofundar o conhecimento da cultura de Macau através dos Livros - Entrevista com a académica do património histórico de Macau, Ieong Hoi Keng

 

Como um importante ponto nodal comercial da Rota Marítima da Seda, a “harmonia na coexistência” é uma característica marcante da cultura de Macau. É precisamente devido a esse encanto cultural único que “Encontro Oriente-Ocidente, Ásia em Harmonia” se tornou o tema de Macau como “Cidade Cultural da Ásia Oriental” 2025.

A académica do património histórico de Macau, Ieong Hoi Keng, tem-se dedicado, durante muitos anos, ao estudo do Património Mundial de Macau, do Património Cultural Intangível e do património documental (ou seja, Memory of the World). Em 2025, ela torna-se a primeira chinesa a ser membro do júri da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para Memory of the World International Register (o Registo da Memória do Mundo). Ela acredita que o fenómeno da coexistência cultural não é algo que deva ser considerado como garantido, e citou a escultura de crisântemo que representa o Japão nas Ruínas de S. Paulo como exemplo, contando a história dos missionários católicos japoneses que, perseguidos devido à proibição da religião no Japão, fugiram para Macau para pregar. Ela afirmou com sinceridade: “Essa (história) reflecte a confiança de Macau na sua própria cultura chinesa, bem como a sua grande abertura em relação a culturas estrangeiras.”

Para compreender e promover a cultura de Macau de forma profunda, Ieong Hoi Keng considera que os livros são potentes portadores de conhecimento para a transmissão da própria cultura. A série “Colecção de Conhecimentos de Macau”, lançada pela Fundação Macau, serve como uma sólida pedra angular cultural, construindo a muralha cultural de Macau. Por exemplo, o livro O Património Mundial de Macau destaca as várias atracções do “Centro Histórico de Macau”, reflectindo a fusão das culturas de Macau, do Interior da China, de Portugal, entre outros lugares. Ela também partilha a ideia de que “o património mundial é como um halo, e esse halo continua a expandir-se”, para descrever o efeito radiante da protecção e utilização do património cultural durante o 20.º aniversário da inscrição do “Centro Histórico de Macau” na Lista do Património Mundial. Graças à promulgação da Lei de Salvaguarda do Património Cultural, à publicação em massa de livros sobre esta matéria, à implementação das medidas como o “Plano de apoio financeiro para a Beneficiação de edifícios históricos” e ao aumento significativo da consciência de preservação por vários sectores da comunidade, a Casa do Mandarim tornou-se um exemplo de grandes projectos de restauro, a fachada deteriorada do antigo edifício no Largo do Senado foi alvo de atenção, e a antiga Farmácia Chong Sai, outrora esquecida, agora está a ser revitalizada. Cada pedaço da história revelada contribui para a vitalidade incessante da cultura de Macau.

Além disso, Ieong Hoi Keng aponta que aprender com as experiências dos outros é igualmente crucial. Ela recomenda o livro Experiências na Proteção do Património Cultural Intangível na Ásia Oriental, que salienta que as origens culturais da região da Ásia Oriental, incluindo China, Japão, Coreia e Macau, estão intimamente ligadas à cultura chinesa. A cidade Andong, na Coreia, que alberga dois elementos do património mundial, é conhecida como o “berço do pensamento confucionista na Península Coreana”; o teatro Kabuki japonês e a Ópera Chinesa são considerados como “irmãs na tradição artística oriental”... São as raízes culturais comuns que estabelecem o alicerce para a cooperação entre os países da Ásia Oriental para os nossos dias. Ieong Hoi Keng resume a relação de intercâmbio cultural entre as cidades da Ásia Oriental com a frase “tu estás em mim, eu estou em ti”, destacando que a troca de experiências entre diferentes cidades ajudará a cultura da Ásia Oriental a brilhar ainda mais intensamente.

 

Experiências na Protecção do Património Cultural Intangível na Ásia Oriental

▸ Experiências na Protecção do Património Cultural Intangível na Ásia Oriental

Autor:Lei Heong Iok

Editora:Instituto Politécnico de Macau

Data de Publicação:2014