Bilhete de Identidade Internacional do Livro

No final do ano passado, o poeta de Macau, Kinson Lam, posterior aos anos 80, publicou a sua colectânea intitulada Murmúrios do Pavão, a qual contém os seus poemas publicados no jornal Ou Mun Iat Pou, de 2009 a 2014. O projecto foi publicado por uma editora local de alguma importância, designadamente, a Editora do Jornal Ou Mun Iat Pou, sendo que, antes da publicação, Lam procedeu ao preenchimento do formulário de pedido de ISBN e apresentou os documentos necessários à Agência do ISBN da Biblioteca Central de Macau, tendo recebido o respectivo ISBN no prazo de um mês*.

O ISBN (International Standard Book Number) constitui o bilhete de identidade internacional de cada livro. O número de pedidos de ISBN numa dada localidade pode, em certa medida, ser considerado um indicador da situação de um mercado editorial local. De acordo com o registo de pedidos da Agência do ISBN em Macau, em 2014, foram requisitados números de ISBN para cerca de 640 publicações, verificando-se uma redução de 12 publicações relativamente ao ano anterior. Segundo a Agência, trata-se de uma redução moderada, mantendo-se dentro das flutuações normais de mercado.

  Na opinião de Kinson Lam, o pedido de ISBN em Macau é muito conveniente; no entanto, dada a dimensão reduzida do mercado de leitura local, os custos de edição são bastante elevados, fazendo com que a publicação de livros em Macau represente um valor mais social do que financeiro. Por conseguinte, os serviços do Governo ou as instituições públicas com maior capacidade financeira constituem as mais importantes casas editoras de Macau.

Segundo os dados estatísticos disponíveis, das 718 editoras de Macau que apresentaram pedidos de ISBN entre 2000 e 2014, quase metade (314) eram organizações comunitárias, registando-se ainda 160 entidades individuais, 148 entidades comerciais, 56 serviços públicos e 29 escolas. Podemos assim constatar que as editoras puramente comerciais correspondem apenas a uma pequena parte do volume total e que o sector editorial de Macau tem ainda um longo caminho a percorrer antes de alcançar um estado de desenvolvimento robusto.

*Carta de Qualidade: 3 dias úteis