Passado e Presente

 

A Biblioteca Sir Robert Ho Tung é composta por dois edifícios construídos em épocas separadas por quase um século, nomeadamente, o edifício original, construído antes de 1894, e o novo edifício, concluído em 2006.

Em 2005, a Biblioteca foi inscrita na Lista do Património Mundial como parte integrante do Centro Histórico de Macau, tornando este edifício de grande valor arquitectónico uma atracção imprescindível em qualquer guia turístico de Macau e atraindo visitantes provenientes de todo o mundo.

Em termos de aparência exterior, o edifício da Biblioteca Sir Robert Ho Tung, o qual se pode entrever por entre as árvores do jardim dianteiro, não sofreu grandes alterações, permanecendo igual desde a sua construção. O novo edifício, construído no jardim traseiro, encontra-se escondido por detrás do edifício original. Os dois edifícios são ligados por uma escada que parece conduzir-nos ao Céu da Leitura, perfazendo um conjunto representativo do passado e futuro, em que a escada simboliza o processo de transformação ao longo dos tempos. Actualmente, o edifício original alberga sobretudo um acervo de livros antigos, sendo o novo edifício dedicado à prestação de uma ampla gama de serviços de leitura. Mas obviamente, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung é muito mais do que isto. Em seguida, iremos explorar a história de como ela conseguiu manter a sua antiga aparência e tradições, adaptando-se simultaneamente às rápidas transformações sociais dos nossos tempos.

Acontecimentos Marcantes na História da Biblioteca Sir Robert Ho Tung

 

 

Ano

Acontecimento

Detalhes

1918

Sir Robert Ho Tung adquire a propriedade sita no Largo de Santo Agostinho, n.º 3

De acordo com os registos de transmissão de propriedade, Sir Robert Ho Tung adquiriu a propriedade de Eugénia Marques Morgado no dia 27 de Fevereiro de 1918, pelo montante de 16,000 dólares de prata.

1955

É lavrado o testamento de Sir Robert Ho Tung

Doou a propriedade sita no Largo de Santo Agostinho, n.º 3, para fins de criação de uma biblioteca pública de livros chineses.

1956

Sir Robert Ho Tung morre de doença

Os seus descendentes fizeram cumprir o testamento, tendo doado a mansão ao Governo de Macau, bem como o montante de HK$25,000 para fins de aquisição da e livros chineses.

1957

É criada a Biblioteca Sir Robert Ho Tung

De acordo com o Boletim Oficial de Macau n.º 5:984 de 6 de Abril, o Governo de Macau recebeu uma doação de Sir Robert Ho Tung.

O Boletim Oficial de Macau n.º 6:020 de 13 de Julho estipula a natureza e os direitos de gestão da Biblioteca Sir Robert Ho Tung.

1958

A Biblioteca Sir Robert Ho Tung abre ao público no dia 1 de Agosto

É anunciado o horário de abertura da Biblioteca Sir Robert Ho Tung.

2002

O Instituto Cultural decide construir um novo edifício no jardim traseiro da Biblioteca Sir Robert Ho Tung

 

2005

O edifício da Biblioteca Sir Robert Ho Tung é inscrito na Lista de Património Mundial como parte integrante do Centro Histórico de Macau

No dia 15 de Julho, o Centro Histórico de Macau foi formalmente inscrito pela UNESCO na Lista do Património Mundial.

2006

O novo edifício da Biblioteca Sir Robert Ho Tung entra em funcionamento

Abriu oficialmente ao público no dia 13 de Novembro.

2010

O Extracto do Manuscrito de Weng Fanggang sobre Si ku quan shu (Os Quatros Tesouros do Imperador) é inscrito na Lista Nacional de Livros Antigos Preciosos (3.º lote)

De acordo com o Certificado da Lista Nacional de Livros Antigos Preciosos, o Extracto do Manuscrito de Weng Fanggang sobre Si ku quan shu (Os Quatros Tesouros do Imperador), incluído no acervo da Biblioteca Central de Macau, foi inscrito na Lista Nacional de Livros Antigos Preciosos (3.º lote) no dia 12 de Junho de 2010.

Sir Robert Ho Tung

 

Sir Robert Ho Tung (1862-1956), nasceu em Hong Kong, também conhecido pelo seu nome de nascimento Qi Dong e pelo nome Xiao Sheng, foi um comerciante, empreendedor e filantropo de Hong Kong. O seu pai, Charles Henry Maurice Bosman, era holandês de nacionalidade inglesa e a sua mãe era chinesa. Educado pela sua mãe desde a infância, cresceu em Hong Kong, sendo profundamente influenciado pela cultura chinesa. Após começar a trabalhar na empresa Jardine, Matheson & Co., foi rapidamente promovido a comprador principal, acabando por criar a sua própria empresa, através da qual investiu em múltiplas indústrias. Sir Robert Ho Tung foi um empreendedor incansável, tendo-se dedicado igualmente a causas filantrópicas que lhe granjearam o respeito de todos os sectores da sociedade, bem como várias distinções dos governos de Inglaterra, China, França, Alemanha, Itália, Bélgica e Vietname.

De 1941 a 1945, durante a ocupação de Hong Kong, Sir Robert Ho Tung residiu temporariamente numa mansão particular em Macau[1], tendo regressado de barco a Hong Kong depois do fim da guerra. Após a guerra, continuou a ser socialmente activo, promovendo entusiasticamente a educação e cultura em Macau e aí deixando dois testemunhos do seu contributo que ostentam ainda hoje o seu nome: a Escola Primária Oficial Luso-Chinesa “Sir Robert Ho Tung” e a Biblioteca Sir Robert Ho Tung. O magnata apoiou financeiramente os sectores da saúde, educação e cultura de Macau, granjeando assim o reconhecimento e louvor de todos os quadrantes da sociedade local e sendo ainda galardoado com três distinções pelo governo português.

 

[1] Diário Matutino “Renascimento”, 23 de Dezembro de 1945

Sir Robert Ho Tung

Passado

 

Antes de 1894, existia apenas o antigo edifício, com um jardim dianteiro e um traseiro, perfazendo um belíssimo quadro arquitectónico. Trata-se de um edifício de três pisos, com um alpendre no rés-do-chão, encimado por dois corredores interiores, no primeiro e segundo pisos, respectivamente. A fachada apresenta uma fileira de cinco janelas em arco em cada piso, dispostas simetricamente, entre as quais se podem ver pilastras e capitéis de inspiração jónica, com frisos e molduras decorativos em estuque pintado de branco sobre um fundo amarelo ocre. A caixilharia das janelas é de cor verde, sendo o edifício encimado por um telhado de quatro águas de telhas vermelhas. O rés-do-chão é ocupado pela Sala de Leitura e no primeiro piso encontra-se a Sala de Obras Antigas e Raras Chinesas, cuja decoração inclui elegantes peças de mobiliário, dísticos, poltronas de luxo, tampos de mármore e paredes repletas de livros antigos, irradiando uma aura clássica chinesa por todo o espaço. O edifício inclui dois jardins, um à frente e outro nas traseiras, sendo o jardim dianteiro rodeado de um muro de cor amarela que contrasta com os portões de ferro de cor verde e atravessado por um caminho de pedra que conduz em linha recta à entrada principal do edifício, podendo ainda ver-se do lado esquerdo um jardim de pedra, uma fonte, bem como várias árvores de grande porte. Por sua vez, o jardim traseiro apresenta um arranjo paisagístico heterogéneo, conferindo um toque multifacetado a todo o espaço. O edifício adequa-se assim à vida na cidade, proporcionando, ao mesmo tempo, um espaço natural absolutamente único.

Passado

Presente

 

Em 2002, o Instituto Cultural decidiu construir um novo edifício no jardim traseiro da Biblioteca Sir Robert Ho Tung, o qual entrou em funcionamento em 2006. O novo edifício foi perfeitamente integrado no espaço da Biblioteca, apresentando um traçado simples e sendo construído à base de vidro, pedra e aço, a fim de proporcionar um ambiente aberto e bem iluminado. Procurou-se ainda manter o máximo possível do jardim, bem como criar novos espaços verdes, a fim de proporcionar um espaço ajardinado aprazível e propício à leitura. O novo edifício apresenta uma fachada de vidro que o faz esvanecer, permitindo inundar o seu interior de luz natural, potenciar a transparência e fundir o edifício na paisagem exterior. O edifício é construído ao longo do jardim, assegurando uma bela vista para o mesmo a partir de qualquer piso.

A configuração dos espaços da Biblioteca Sir Robert Ho Tung não foi alterada após a intervenção de expansão. O jardim continuou a ser o grande destaque, sendo preservadas as plantas e as pedras originais (tijolo cinzento e granito) e sendo simplesmente acrescentado um lago e uma fonte artificial no jardim traseiro para efeitos de combate a eventuais incêndios. O átrio fazia originalmente parte do jardim traseiro, tendo o poço sido preservado até hoje.

Presente

01 Ophelia Tang Mei Lin: A configuração espacial da Biblioteca Sir Robert Ho Tung será mais flexível

 

No tema da transformação da Biblioteca Sir Robert Ho Tung, não podemos deixar de referir Ophelia Tang Mei Lin, actual chefe do Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas do Instituto Cultural, cujo primeiro dia de trabalho foi passado precisamente na Biblioteca Sir Robert Ho Tung. De 1991 até agora, desde os seus tempos como técnica bibliotecária até se tornar chefe do Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas, Ophelia assistiu ao processo gradual de evolução da Biblioteca Sir Robert Ho Tung, desde a altura em que não era mais do que uma pequena sala de leitura até se tornar uma biblioteca com um acervo de mais de 100,000 livros.

“Eu comecei a trabalhar na Biblioteca Sir Robert Ho Tung em 1991. Ainda me lembro que, no primeiro dia em que lá cheguei, achei que ela mais parecia uma mansão residencial do que uma biblioteca, pois não tinha nada a ver com a imagem que eu tinha das bibliotecas tradicionais.” Nos últimos 20 anos, Ophelia trabalhou em várias bibliotecas, mas a Biblioteca Sir Robert Ho Tung foi aquela em que trabalhou mais tempo, deixando-lhe uma série de belas recordações, como as sessões de poesia realizadas durante o período da Administração Portuguesa. “Nessa altura, o director da biblioteca era um poeta português. As sessões eram realizadas à noite, numa atmosfera muito romântica, em que poetas chineses e portugueses recitavam poemas à luz das velas, perfazendo um quadro absolutamente inesquecível.” Por outro lado, segundo Ophelia, havia um bom ambiente de trabalho na Biblioteca Sir Robert Ho Tung, onde os colegas se entendiam e conheciam bem, promovendo assim uma sensação de familiaridade.

Como especialista da Biblioteca Sir Robert Ho Tung, Ophelia recomendou três bons espaços para os leitores, nomeadamente, o jardim em frente à biblioteca, a partir do qual se pode contemplar a bela fachada do edifício antigo, a área de árvores antigas e a área de leitura do novo edifício (a partir da qual se pode ver o belo jardim do seminário adjacente à biblioteca através das janelas de vidro que se estendem do tecto até ao chão). Quando lhe perguntámos sobre as suas projecções para o futuro da biblioteca, Ophelia referiu que este constitui um exemplo bem-sucedido de revitalização de um edifício histórico. A fim de salvaguardar o edifício, a Biblioteca não deverá sofrer grandes transformações. Após a abertura da Nova Biblioteca Central, é provável que a Biblioteca Sir Robert Ho Tung liberte mais espaço para os utentes, visto que, segundo as novas tendências de desenvolvimento das bibliotecas, estas não devem ser meros espaços de leitura, devendo antes associar-se também a projectos arquitectónicos, à organização de eventos artísticos, etc., de modo a proporcionar um grande espaço público de cariz cultural e comunitário.

01 Ophelia Tang Mei Lin: A configuração espacial da Biblioteca Sir Robert Ho Tung será mais flexível

02 Carlos Marreiros: Um edifício que acompanha as tendências de desenvolvimento na estética arquitectónica

 

Como representante da comunidade macaense, o célebre arquitecto de Macau Carlos Marreiros testemunhou com os seus próprios olhos o constante processo de transformação dos edifícios da cidade antes e depois da Transferência da Administração, sendo um dos responsáveis pelo desenho urbano actual de Macau. No que diz respeito ao antigo edifício da Biblioteca Sir Robert Ho Tung, o arquitecto considera que o elemento de maior destaque é a fachada em arcada, de estilo neoclássico, uma importante componente incorporada pelo arquitecto do edifício no século XIX, com o objectivo de promover a ventilação, devido ao clima subtropical da cidade. A arcada constitui uma espécie de “ar-condicionado ecológico”, permitindo controlar a temperatura e mantê-la aproximadamente nos 21º C. A parte superior da arcada apresenta elementos decorativos de estilo Art Deco. De acordo com Carlos Marreiros, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung trata-se de um edifício muito típico de Macau, contendo materiais de origem local, incluindo granito, o qual foi utilizado para substituir a pedra calcária recorrente nos edifícios de estilo português. O edifício original, antes de ser construída a arcada, era de estilo oriental tradicional, resultando, após a intervenção, numa estrutura de estilo arquitectónico sino-ocidental. Posteriormente, Carlos Marreiros aliou-se a um outro grande arquitecto já falecido, o Arquitecto Francisco Figueira, antigo Chefe do Departamento do Património Cultural, para desenvolver um projecto de restauro e design de mobiliário interior da Biblioteca. Esta manteve, em geral, a sua traça original, sendo inclusive preservado o troço da antiga muralha da cidade que se encontra no interior. No jardim, foi ainda utilizado ferro galvanizado para construir um armazém multicolorido de estilo mediterrânico (já demolido).

Na década de 1980, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung tornou-se o primeiro centro cultural de Macau, albergando vários espectáculos de pequena dimensão no 2.º piso, o qual tinha capacidade para 100 pessoas e onde chegou a actuar a célebre pianista portuguesa Maria João Pires. Nos primeiros tempos em que esteve aberta ao público, a biblioteca que ocupava o R/C e 1.º piso instituiu um regime de sócios. Nessa altura, Carlos Marreiros ainda estudava na escola secundária. Apesar da sua sede de conhecimento, não era fácil comprar livros estrangeiros em Macau, sobretudo nas áreas da arte, filosofia e arquitectura. Por um acaso da vida, o director do Liceu de Macau e antigo Director dos Serviços de Educação, Dr. Túlio Lopes Tomás, deu-lhe a conhecer a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, cujo vasto acervo de livros em português, inglês e outras línguas estrangeiras (enviados de Portugal para as bibliotecas das colónias) expandiu os horizontes de Carlos e onde este fez ainda várias amizades interessantes, como, por exemplo, americanos que estudavam acupunctura em Macau, latino-americanos que ensinavam latim, entre outros.

Os tempos mudam e com eles os padrões estéticos. No eixo entre o antigo e o moderno, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung mantém a sua aparência há sessenta anos, sem ter por isso caído no esquecimento e distinguindo-se, ainda hoje, pela sua singularidade. Faz lembrar o que Carlos Marreiros afirmou outrora numa entrevista: “A arquitectura tradicional, pela sua longa história e beleza, é inimitável.”

02 Carlos Marreiros: Um edifício que acompanha as tendências de desenvolvimento na estética arquitectónica

03 Lei Chin Pang: A Biblioteca Sir Robert Ho Tung permitiu-me contactar com diferentes culturas

 

Lei Chin Pang, conceituado académico e escritor de Macau, é um grande fã da Biblioteca Sir Robert Ho Tung. Como académico, é aqui que faz grande parte da sua investigação; como alguém que reside nas proximidades da biblioteca, é aqui que passa muitas tardes a ler as suas revistas favoritas; e como professor, é aqui que Lei se desloca muitas vezes com os seus estudantes para lhes falar da cultura e história de Macau.

Quando era criança, vinha muitas vezes à Biblioteca Sir Robert Ho Tung, primeiro, porque morava perto e, segundo, porque havia aqui vários livros e revistas que podia ler gratuitamente. Na altura em que andava na escola secundária, havia sobretudo dois locais onde se podia ter acesso a livros: as lojas de aluguer de livros e as bibliotecas. Nas primeiras encontrava-se sobretudo livros de ficção, enquanto as segundas ofereciam uma maior variedade de géneros literários. Nas palavras de Lei Chin Pang: “Naquela altura, as obras de Lilian Lee, Sharon Chung e Echo abriram-me os olhos para o mundo da literatura. Foi também a primeira vez que tive contacto com revistas muito singulares como a City Entertainment Magazine ou a City Magazine, o que me leva a pensar que a Biblioteca teve um papel crucial no despertar da minha curiosidade em relação ao mundo, permitindo-me contactar com diferentes culturas.”

O que pensa este utente veterano da Biblioteca Sir Robert Ho Tung da transformação da mesma desde os seus tempos de estudante até se tornar professor? “Na verdade, o que mudou foi sobretudo a atitude e a perspectiva sobre a Biblioteca,” responde Lei, acrescentando com uma risada: “Claro que agora a Biblioteca é maior e está mais bonita, mas quando antigamente passava por ela, ela não passava de um edifício bonito, ao passo que, depois de ter sido classificada como património mundial, passei a atentar muito mais no seu contexto histórico e cultural, bem como no dos edifícios à volta. A sua inscrição na lista do património fez-me olhar com novos olhos para esta minha “vizinha”, por quem eu tantas vezes passava.” Lei Chin Pang lembra-se ainda de que a Biblioteca chegou a ser outrora convertida numa sala de espectáculos artísticos, ficando particularmente impressionado com um espectáculo de dança, em que os bailarinos fizeram da escadaria em frente ao novo edifício o seu palco, revelando assim novas facetas da biblioteca.

03 Lei Chin Pang: A Biblioteca Sir Robert Ho Tung permitiu-me contactar com diferentes culturas

O jardim apresenta um leque variado de flores, plantas e árvores

Maçã de Java (Syzygium samarangense)

Também conhecida como jambo-rosa, a maçã de Java é nativa da Malásia e da Índia, sendo igualmente cultivada na região da Província de Guangdong.

 

Frangipana Branca (Plumeria rubra “Acutifolia”)

O nome em chinês significa “flor-ovo”, inspirando-se nas cores das suas pétalas: amarelo no centro e branco por fora. É uma planta de jardim muito bonita e perfumada.

 

Pinheiro Budista (Podocarpus macrophyllus)

O pinheiro budista que se encontra no jardim da Biblioteca Sir Robert Ho Tung tem uma longa história, tendo crescido ao longo de duas gerações. A sua madeira é utilizada para construção, fins medicinais e para obras de escultura, sendo, como tal, considerada uma árvore de grande valor.