Aqui seleccionamos vários livros ocidentais raros que são os mais representativos da colecção da Biblioteca, registando alguns o tratado sino-português de comércio durante a dinastia Qing e alguns dicionários produzidos por missionários para propagar as culturas chinesa e ocidental no passado. Estes livros, que serviam principalmente de obras de referência da época, agora possuem um importante valor para os estudos históricos e são testemunhos importantes do intercâmbio cultural sino-ocidental em Macau.
1 - An English and Chinese Dictionary (Dicionário de Chinês-Inglês)
Robert Morrison (1782-1834)

An English and Chinese Dictionary foi compilado por Robert Morrison (1782-1834), um missionário na China da London Missionary Society em 1807, e publicado por P. P. Thoms em Macau em 1822. O Dicionário é a Terceira parte da publicação – A Dictionary of the Chinese Language, in Three Parts (Um Dicionário da Língua Chinesa, em Três Partes ) – compreendido por seis volumes em três partes. Morrison adicionou bastantes terminologias à obra e estabeleceu comparações entre o conhecimento ocidental e da China na epoca, procurando fazer uma introdução aos conceitos ocidentais que ainda não tinham sido desenvolvidos na China.
2 - Regni Chinensis Descriptio
Nicolas Trigault (1577-1628)

Regni Chinensis Descriptio, o primeiro volume de De Christiana expeditione apud Sinas suscepta ab Societate Jesu, é um livro raro em latim escrito por Nicolas Trigault (1577-1628), que introduz principalmente a história, geografia e cultura chinesas ao ocidente. O livro raro foi publicado por Elzeviriana em 1639 no tamanho de 11 x 6 x 2cm.
3 - Diccionario china-portuguez
por J. A. Gon.alves.
Macao: Real Collegio de S. José, 1833

Compilado pelo sinólogo português Joaquim Afonso Gonçalves (1781-1841) e publicado pelo Real Collegio de S. José em 1833, o Diccionario china-portuguez é um dos livros de referência mais importantes e o mais antigo dicionário chinês-português entres as outros homólogos existentes em Macau. O sinólogo era Lazarista, membro da Congregação de Padres da Missão–uma congregação reputada em Macau–e foi considerado o sinólogo mais influente da época.
4 - A Chinese Dictionary in the Cantonese Dialect (Um Dicionário Chinês no Dialecto Cantonense)
by Ernest John Eitel
Hong Kong: Lane Crawford, 1877

Ernest John Eitel (1838-1908), nascido em Württemberg, na Alemanha, tornou-se missionário após tornar-se membro da Missão de Basel ainda novo e permaneceu na China durante mais de 30 anos. Em 1859, foi enviado para o Distrito de Lilang no Região de Xin’an (mais tarde designada Região de Bao’an), em Guangdong para trabalho missionário. Mais tarde, em 1865, ingressou na London Missionary Society e foi responsável por trabalho missionário na região de Poklo da etnia Hakka em Guangdong. Em 1870, começou a trabalhar para o Governo de Hong Kong, tendo servido como conselheiro do Expediente Estrangeiro e como intérprete para o Supremo Tibunal de Hong Kong. Fez também algumas contribuições para o estabelecimento do Po Leung Kuk em Hong Kong. Eitel transliterou os tons do cantonense com base na obra de um predecessor dedicado a estes estudos–《分韻撮要》(um Dicionário Tónico da Língua Chinesa no Dialecto de Cantão), procurando estandardizar os tons do cantonense revendo algumas incorrecções da obra.
Para além de livros, a Biblioteca do Edifício do IACM alberga também 49 jornais antigos em línguas estrangeiras publicados entre 1822 e 1957.
1 - A Abelha da China

A Abelha da China foi estabelecido em Macau no dia 12 de Setembro de 1822 por portugueses do Partido Constitucional após este ter derrubado o Partido Conservador, sendo o editor-chefe, um frade reformista dominicano. Foram publicados um total de 67 números antes da sua suspensão no dia 27 de Dezembro de 1823 devido à restauração da monarquia em Portugal.
2 - Echo Macaense

O jornal bilingue chinês-português Echo Macaense foi estabelecido em 1893 (19o ano do reinado do Imperador Guangxu da dinastia Qing). A versão chinesa, com o nome《鏡海叢報》, foi mais tarde eliminada em 1895 e a versão portuguesa, denominada Echo Macaense: Seminário Luso Chinez, em 1899. Apesar dos conteúdos diferentes das duas versões, ambas principalmente dedicadas a assuntos políticos, económicos e sociais, entre outros, e eram impressos pela Tipografia Mercantil fundada em 1855, sendo o impressor e editor Nicolau Tolentino Fernandes.
Sendo o primeiro jornal na China moderna estreitamente relacionado com o classe burguesa e a reforma democrática, registou as actividades do Dr. Sun Yat-sen em Macau e Guangzhou, servindo como uma importante referencia para o estudo da sua vida.
Como pedir emprestado livros estrangeiros raros?
Os visitantes podem dirigir-se à Biblioteca do Edifício do IACM durante o horário de expediente (13:00 às 19:00 horas de Segunda a Sábado). A Biblioteca permite aos leitores o acesso a cópias de certos livros raros, mas o serviço de empréstimo de livros raros não está disponível. Os leitores que desejem ter acesso aos livros originais devem submeter um pedido ao Departamento de Gestão de Bibliotecas Públicas do Instituto Cultural indicando as razões de empréstimo, mas apenas podem ter acesso aos livros raros originais no interior da Biblioteca após a obtenção de autorização.。
|