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O Monsenhor Manuel Teixeira (1912.4.15 ¡V 2003.9.15) 

O Padre Manuel Teixeira nasceu a 15 de Abril de 1912, em Trás-os-Montes, Portugal. Após a conclusão da instrução primária na sua terra natal, embarcou com alguns seminaristas destinados às missões do Oriente, a 16 de Setembro de 1924. Após mais de 1 mês de viagem chegou a Macau, a 27 de Outubro, ingressando no Seminário de S. José.

Na igreja do Seminário de S. José recebeu de D. José da Costa Nunes o diaconado, a 15 de Junho de 1934 e o presbiterado a 29 de Outubro de 1934. A 1 de Novembro desse  mesmo ano celebrou a sua primeira missa na igreja de S. Domingos, passando a ser pároco de S. Lourenço até 1946. Foi assistente diocesano da Juventude Independente Católica Feminina (JICF).

 Aos 22 anos foi-lhe entregue a direcção do ¡§Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau¡¨, cargo que desempenhou até 1947, ao mesmo tempo que era professor no Seminário (1932-1946) e do Liceu (1942-1945). O ¡§Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau¡¨ tornou-se uma publicação internacionalmente conhecida, graças aos trabalhos do Padre Manuel Teixeira e ao valioso contributo de outras figuras de grande prestígio como José M. Braga e Charles R. Boxer. Em 1942, fundou a revista mensal ¡§O Clarim¡¨ e foi co-fundador do seminário ¡§União¡¨.

 Em 1948, parte para Singapura como superior e Vigário Geral das Missões Portuguesas de Singapura e Malaca. Em Singapura, organizou várias instituições religiosas e fundou a revista ¡§Rally¡¨ que se publica em inglês. Em 1952, o Governo Português, em reconhecimento pelos seus relevantes serviços, agraciou-o com a condecoração do Oficialato da Ordem do Império Colonial.

Em 1959, criou o Fundo dos Estudantes Pobres (St. Joseph's Church Book Fund).

Em 1962, regressou a Macau e passou a exercer funções docentes no Colégio de S. José (1962-1965), na Escola Comercial Pedro Nolasco (1962-1964) e no  Liceu  Nacional  Infante   D. Henrique (1964-1970). Foi Director dos ¡§Arquivos de Macau¡¨ (1976-1980) e do ¡§Boletim do Instituto Luís de Camões¡¨.

Em 1981, a Fundação Calouste Gulbenkian premeia o seu trabalho ¡§Os Militares em Macau¡¨ com o prémio de História; dois anos mais tarde, o seu trabalho ¡§Toponímia de Macau¡¨ foi galardoado novamente com o prémio de História da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi membro da Associação Internacional de Historiadores da Ásia, da Academia Portuguesa de História e da Academia Portuguesa de Marinha, sócio-correspondente da Sociedade de Geografia de Lisboa, sócio da Sociedade Científica Católica Portuguesa, vogal do Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, vogal do Conselho da Universidade da Ásia Oriental e Doutor Honoris Causa em Letras, pela mesma Universidade. Em representação de Macau e de Portugal, participou em vários congressos realizados em Manila, Singapura, Taipé, Paris e Sidney, entre outros, onde proferiu comunicações.

Várias honras e distinções foram merecidas pelo Padre Manuel Teixeira, como a do Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1974) e Medalha de Valor (1985).

Em 1982, foi proclamado Figura do Ano em Macau, dado o seu cariz popular.

Por ocasião do seu Jubileu de Oiro Sacerdotal, em 1984, instituiu um fundo de apoio aos Estudantes Pobres de Macau com o nome Fundação Padre Teixeira, cujo capital excede já o montante de HK $600.000,00 .

 A 6 de Janeiro de 1989, foi proclamado Membro da Academia Portuguesa de História, e a  10  de  Junho  do mesmo  ano foi  condecorado,  pelo  Presidente  da  República Portuguesa,
Dr. Mário Soares, com a Comenda da Ordem Militar de S. Tiago e Espada.

Em 1990, doou um fundo de $900.000,00 escudos em favor dos Velhinhos e Abandonados da Casa de Santa Marta de Chaves. Regressou a Portugal a 16 de Maio de 2001, onde veio a morrer, em Chaves, na Casa de Santa Marta a 15 de Setembro de 2003, com 91 anos.

Como investigador da história do Oriente Português, o Padre Teixeira vai buscar certas influências a uma tradição de estudos históricos já existente em Macau, desde o Século XVIII.

Em sua opinião: ¡§Como estudioso da história de Macau, o mais importante trabalho é tomar notas de todos os acontecimentos importantes de Macau e da sua Diocese, pois a história da igreja de Macau está intimamente ligada à história civil do Território, tornando-se difícil dissociar estas duas realidades¡K¡¨. Disse também: ¡§O homem é pó, a fama é fumo e o fim   é cinza (¡K) só os meus livros permanecerão (¡K) e essa é a minha consolação!¡¨

    O Padre Manuel Teixeira deixou centenas de obras as quais são testemunho das suas palavras.

 

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